Eu, decerto, a esqueci... Meu sonho, entanto, jamais a esquecerá. Ela é o motivo das horas que revivo e em que transvivo pela imaginação o extinto encanto. Escolho um astro no Estelário: e, enquanto o astro esplende nos céus, eu penso, e vivo nesse longo silêncio evocativo do pensamento, as coisas que descanto. Algum dia, quem sabe? hei de revê-la, não para perturbá-la, ou possuí-la, que é um crime perturbar a luz da estrela. Mas, para, vendo-a, ver, um só momento, o contraste de sua, luz tranqüila com a chama inquieta do meu sofrimento... Autor: Hermes Fontes (1888-1930) |
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