Quando de minhas mágoas a comprida Imaginação os olhos me adormece, Em sonhos aquela alma me aparece Que para mim, foi sonho nesta vida. Lá numa saudade, onde estendida A vista pelo campo desfalece, Corro para ela; e ela então parece Que mais de mim se alonga, compelida. Brado: - Não me fujais, sombra benina! Ela, os olhos em mim c'um brando pejo, Como quem diz que já não pode ser, Torna a fugir-me; e eu gritando: - Dina... Antes que diga: - mene, acordo, e vejo Que nem um breve engano posso ter.
Autor: Luís de Camões Editado por: nicoladavid |
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