Não escrevo para agradecer-te, pois a felicidade da tua realização, - tantas vezes dura, tantas vezes heróica, é a recompensa fundamental da tua dedicação…
Venho dizer-te, para seres mais feliz ainda, que começamos a partilhar tua lição, quando chegas sorridente, quando sobes ofegante, de mensagem na alma e livros na mão… Quando sais vagarosamente, sob o peso do cansaço e desilusão… Não escrevo para agradecer-te, porque o nosso acolhimento caloroso, a nossa atenção quando explicas, a nossa compreensão quando a fadiga te arrasa e nos cansas, - o nosso interesse por ti e por quanto nos comunicas com paixão - - tudo é resposta da nossa gratidão.
Mas escrevo-te com uma mensagem de carinho e de esperança: - assegurar-te que não morrerás! Ficarás vivo, perpetuado com saudade, em tantas estátuas de carne e espírito, que, num labor insano e agreste, modelaste generosamente com tua doação de Mestre!
Autor: Mário Salgueirinho |
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