Porque escondes a noite no teu ventre? Nesse país de sombra onde se calam as palavras. Aí, no escuro lago onde estremece a flor da amendoeira E onde vão morrer todos os cisnes.
Eu desvendo a tua dor, o teu mistério De caminhares assim calada e triste, Quando viajo em ti com as mãos nuas e o coração louco No mais fundo de ti, onde só tu existes.
Oh, eu percorro as tuas coxas devagar Dobrando-as lentamente contra o peito E penetro em delírio a tua noite Esporeando éguas no teu sangue. De onde me chegam estas palavras?
Autor:
Joaquim Pessoa |
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