A tudo, em minha boca, um sabor de lágrimas se acresce; a meu pão cotidiano, a meu canto e até à minha prece.
Eu não tenho outro oficio, depois do silente de amar-te, que este oficio de lágrimas, duro, que tu me deixaste.
Olhos apertados de candentes lágrimas! Boca atribulada e convulsa, em que prece tudo se tornava!
Tenho um vergonha deste modo covarde de ser! Nem vou em tua busca nem consigo também te esquecer!
E há um romoer que me sangra de olhar um céu não visto por teus olhos, de apalpar as rosas sustentadas pela
cal de teus ossos! Autor: Gabriela Mistral (1889-1957) Editado por: nicoladavid |