Floco
de lã de minha carne,
que em minha entranha eu teci,
floco de lã friorento,
dorme apegado a mim!
A perdiz dorme no trevo
escutando-o latir:
não te perturbem meus alentos,
dorme apegado a mim!
Ervazinha assustada
assombrada de viver,
não te soltes de meu peito:
dorme apegado a mim!
Eu que tudo o hei perdido
agora tremo de dormir.
Não escorregues de meu braço:
dorme apegado a mim!
Autor:
Gabriela Mistral (1889-1957)
Editado
por: nicoladavid
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