Do meio desta Serra derramando A saudosa vista nas salgadas Águas humildes, quando e quando inchadas Conforme a qual o tempo vai soprando, Estou comigo só considerando, Donde foram parar cousas passadas, E donde irão presentes mal fundadas, Que pelos mesmos passos vão passando. Oh! qual se representa nesta parte Aquela derradeira hora da vida Tão devida, tão certa, e tão incerta! Em quantas tristes partes se reparte, Dentro nesta alma minha, entristecida, A dor,
que em tais extremos me desperta! Autor: Frei Agostinho da Cruz (1540-1619) |