“Como estais luz sem luz, vida sem vida, Sol sem curso, com sede fonte pura, Imagem do pai eterno, sem figura Do mesmo pai, palavra emudecida! Vara santa de Arão, já não florida, Belo espelho de céu, sem fermosura, Doce favo de Sansão, entre amargura, Torre de David forte, enfraquecida! Mas sem vida dais vida, luz sem luz, Vossa sede farta ao mundo, e a imagem, Que tentes, me faz ver onde vos pus. Calado ensinais, imóvel moveis Mais duros corações que a dura laje, Morto, espelho mais belo pareceis.”
|