Tão alto me alevanta a fantasia Ajudada a esperança do desejo, Que a vista perco já, donde me vejo, Daquele estado vil, em que me via
Mas pretende da inveja a vã porfia A luz escurecer, por que me rejo, E derribar com seu rigor sobejo De tão alto lugar minha ousadia.
Mas vós, senhora, pois que meu cuidado Está seguro em vós, com segurança Lhe deveis sustentar seu alto assento
E se haveis, que merece castigado: A pena é minha, e a culpa da esperança Que as asas empenou
ao pensamento. |