Como a chama veloz clara e luzente Resplandece e às estrelas sobe ardendo, Assim do corpo uma alma o peso erguendo, Ao céu sobe abrasada em lume ardente.
Mas se do Nilo for até ao Oriente, Nunca irei tempo justo e claro vendo; E se o céu contra mim vi sempre horrendo, E os dias cheios d’ira e pena urgente:
Por que causa minh’alma se injuria Só daquilo em que os casos são culpados, Pois de contino aspira ao que é mais alto?
Por merecer, trabalho cada dia, Tudo o que podem dar fortuna e fados: Se eles faltarem,
saibam que eu não falto. |