Não é vida nem morte, é uma passagem, nem antes nem depois: somente agora, um minuto nos tantos duma hora. Uma pausa. Um intervalo. Uma viragem.
Prisioneira de mim, onde a coragem de quebrar as algemas, ir-me embora, se tudo o que em mim ria agora chora, se já não me seduz outra viagem?
E nada disto é céu nem é inferno. Tristeza, só tristeza. Sol de Inverno, sem uma flor a abrir na minha mão,
sem um búzio a cantar ao meu ouvido. Só tristeza, um silêncio desmedido e um pássaro a morrer: meu coração.
Autora: Fernanda de Castro (1900-1994) Editado por: nicoladavid |
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