Como um pássaro doido o sino canta. O incenso é como um véu, uma auréola que envolve cada santa. A igreja é toda ela um grande altar, e cada altar um andor É a hora em que a hóstia se avizinha. Os véus da comunhão são duma cor mais alva que a farinha. Envolve Deus num longo e doce abraço, a multidão fiel. Um gosto a primavera anda no espaço. Na penumbra da igreja a hóstia benta, como um claro farol, Desfolham-se no chão giestas aos molhos, rosmaninho do monte. Anda a emoção boiando à flor dos olhos. É a hora em que a fé, na comunhão, expulsa os fariseus. Autora: Fernanda de Castro (1900-1994) |
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