“Formosura, e Morte, advertidas por um corpo belíssimo, junto à sepultura.”
Armas do amor, planetas da ventura Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantasia, Formosura maior que a formosura:
Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcova de morada fria, Confusa solidão, só companhia, Cujo nome melhor é sepultara:
Quem tantas maravilhas diferentes Pode fazer unir, senão a morte? A morte foi em sem-razões mais rara.
Tu, que vives triunfante sobre as gentes. Nota (pois te ameaça uma igual sorte) Donde pára a beleza, e no que pára.
Autor: D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666) Editado por: nicoladavid |
|
|