(No dia do seu
aniversário)
Senhora, eu vos dou
versos, porque apanho Das flores d'ahna um
ramalhete agreste E são versos a flora
perfumada, Que de meu seio a
solidão reveste.
E vós que amais a
parasita ardente, Que abre como um suspiro
em pleno maio, E o aroma que anima o
cálix rubro— Talvez de uma alma perfumoso ensaio,
E esse vago tremer de
níveas pétalas, Que faz das flores meias
borboletas, O escarlate das malvas
presumidas, A modéstia infantil das
violetas,
E essa linguagem
transparente e meiga Que a natureza fala nas
campinas Pelas vozes das brisas
suspirosas, Pela boca rosada das
boninas...
Hoje, na vossa festa, em
vosso dia, Em meio aos vossas
íntimos amores... Juntai aos ramalhetes
estes versas, Pois versas de
afeição... também são flores!
Autor: Castro
Alves (1847-1871)
Editado por: nicoladavid
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