Ó cara veste de burel, Pobre e tão simples pano, Apesar de tua fazenda dura, Como me pareces bela! Véu branco que me lembras Uma aurora doce e bela, O dia em que o doce Salvador Tomou posse de meu coração. Ó pobre e simples rosário, A mais bela das jóias, Dos terços o mais belo, De muito te prefiro. Com tua imensa cruz E tuas pobres contas de madeira, Quando serás meu ornamento Não deixando nunca a minha cintura? Ó vinde mortificar minha carne, Vós já me sois caros, Duros objetos de repugnância, Para quem não ama o sofrimento. E tu, pobre e caro anel, Tu me pareces o selo Das eternas promessas Que fiz a meu Senhor, Em minha santa e pura embriagues, Dia de alegria e de dores. Enfim, pequena cela, Pobre quarto minúsculo, Ó querida prancha de madeira, Quando dormirei sobre ti. Ó minha preciosa libré, E vós todos, caros atributos, Santa pobreza de Deus, Ó feliz mosteiro, Vós me pareceis sobre a Terra Um cantinho dos Céus. |
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