No mesmo colégio andamos Eu e o Zeca - um bom rapaz. Os mesmos jogos brincamos, Sempre amigos, sempre em paz;
Zeca tinha muita sorte, De azar sempre andava eu... Mas nossa amizade forte Com isso jamais perdeu.
Mas com o demo! mas com a breca! Que bruta sorte, a do Zeca!
Juntos, os dois nos formamos Com a mesma amizade antiga E ambos apaixonamos Pela mesma rapariga.
Zeca tinha muita sorte... Eu sempre fui de um azar! Foi ela a sua consorte E eu cá fiquei a chuchar.
Mas com o demo! Mas com a breca! Que bruta sorte, a do Zeca!
Passam-se anos. Meu amigo Um belo dia morreu; Ao seu derradeiro abrigo Em prantos levei-o eu.
Mas... a morte é sempre a morte; Com a viúva me fui casar... Zeca teve muita sorte... Eu sempre tive um azar!
Mas com o demo! Mas com a breca! Que bruta sorte, a do Zeca!...
Autor: Bastos Tigre (1882 - 1957) Editado por: nicoladavid |
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