Pelas manhãs suaves,
Com o arzito de aves
Melindrosas,
Enternecidas e silenciosas,
Passam as Virgens para a Maternidade.
De mãos poisadas sobre o ventre
Vão,
Benditas sobre todas as mulheres,
Senhoras da Expectação.
Lembram-me aquelas
Imagens desterradas,
Enterradas ou despedaçadas,
Maternas, virgens e belas,
Senhoras do Ò de mãos rezadas
Sobre o ventre pejado, numa graça
De ave que pois a e ainda esvoaça,
A embalar um destino,
- Como levassem já ao
colo um deus menino.
Na manhãzinha pura
E comovida,
De olhos no chão,
Nossas Senhoras de Ternura
- Virgens porque levam
no seio o amor da Vida -
Passam por mim - vão à Maternidade.
Nossa Senhora vai ao meio delas
Pisando a cobra, ao meio das estrelas...
- E na manhã aumenta a
claridade.
Autor: Augusto Casimiro (1888-1967)
Editado por:
nicoladavid
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