Por detrás das palavras permanece o indizível... No verbo silenciado o canto, e é no canto iluminado arde o maravilhoso, resplandece
que o espírito entrevê (quase) o inefável... Ah no canto existir! Canto-experiência, não sentimento; o canto, eis a existência! E eis que o canto se eleva e no insondável
(pura contradição) resplende a rosa... E quando a noite invade uma cidade, a solidão do homem, amarga e forte,
com os rios passa... A criatura, ansiosa, um bem suplica a oculta divindade: — Morrer, Senhor, de nossa própria morte!
Autor: Alphonsus de Guimaraens Filho (1918-2008) |