Onde estás já não sei. Senti bem perto teu corpo desejado e sempre esquivo. O amor é um sonho tanto mais incerto quanto se faça latejante e vivo.
Procuro em mim a estrela e nada vejo. Quando foi que a perdi? Não me lamento. Mas o desejo, a febre do desejo, uiva no vento e se desfaz no vento...
Tudo é saudade em mim. Se estendo os braços, não colho o teu silêncio. E estás distante... Mas como em mim não sonhas, como insistes
em superar insônias e cansaços e colocar no coração amante coisas da infância,
muito embora tristes! Autor: Alphonsus de Guimaraens Filho (1918-2008) |