E a catedral nas
brumas aparece
com os seus
responsos lúgubres... Saudosa
visão que é como a
"amargurada prece"
da alma que o
exílio fez mais suspirosa.
E, "Pobre
Alphonsus!", no meu peito ecoa
o seu lamento... E
os sinos acordados
arrastam-me na
treva, e os sufocados
prantos do amor, e
a dor do que ressoa
além da vida, num
momento apenas
vibram na estranha
catedral suspensa,
e eu me deixo levar
espaço em fora
ouvindo o som
longínquo das serenas
asas que anjos
distendem pela densa
névoa que oculta o
resplendor da aurora.
Autor: Alphonsus de Guimaraens Filho (1918-2008)
Editado por: nicoladavid