Deponho sobre o mármore uma rosa de ausência... Ei-la que resta abandonada, suspensa em bruma, frágil, suspirosa, ela que recebeu da madrugada
o sopro genesíaco e floriu em sangue e ardência, musical, fremente; ei-la que resta inerte, transparente, recordando outro mundo em que se abriu
para o amor, para o sonho, para tudo que já não tens, na morte debruçado! Ei-la, rosa de ausência e de saudade,
pendida sobre o mármore gelado e esperando de um reino escuro e mudo a clara voz que a
salve da orfandade... Autor: Alphonsus de Guimaraens Filho (1918-2008) |