VIII
Quando
chegaste, os violoncelos
Que
andam no ar cantaram hinos.
Estrelaram-se
todos os castelos,
E até
nas nuvens repicaram sinos.
Foram-se
as brancas horas sem rumo.
Tanto
sonhadas! Ainda, ainda
Hoje os
meus pobres versos perfumo
Com os
beijos santos da tua vinda.
Quando
te foste, estalaram cordas
Nos
violoncelos e nas harpas...
E anjos
disseram : – Não mais acordas,
Lírio
nascido nas escarpas!
Sinos
dobraram no céu e escuto
Dobres
eternos na minha ermida.
E os
pobres versos ainda hoje enluto
Com os
beijos santos da despedida.
Autor: Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)
Editado por: nicoladavid