II Celeste... É assim, divina, que te chamas. Belo nome tu tens, Dona Celeste... Que outro terias entre humanas damas, Tu que embora na terra do céu vieste?
Celeste... E como tu és do céu não amas: Forma imortal que o espírito reveste De luz, não temes sol, não temes chamas, Porque és sol, porque és luar, sendo celeste.
Incoercível como a melancolia, Andas em tudo: o sol no poente vasto Pede-te a mágoa do findar do dia.
E a lua, em meio à noite constelada, Pede-te o luar indefinido e casto Da tua palidez de hóstia sagrada.
Autor: Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) |