- Hastil branco a florir em luz e flama; esguio Lírio seco, que o vento aniquilar promete, Há uma vela a esvair-se... E isto, deve-o ao pavio, - Eixo e alma do seu corpo alvo de espermacete.
Desde aceso o pavio, ei-la que se derrete; Chama - parece ter arrepios de frio... Dir-se-ia uma criatura, alanceada das sete Dores da Virgem-Mãe, lacrimejando, a fio...
É um ser anémico esse objecto inanimado: Arde o pavio, e, entanto, o que se esvai é a cera... - Sofre a alma e o corpo é que se faz debilitado...
É uma agonia humana... Um suor febril escorre. E - tal o humano ser desmaiara e morrera, A vela tremeluz... Vai desmaiando... Morre.
Autor: Hermes Fontes (1888-1930) Editado por: nicoladavid
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