Hei-de gastar os olhos só a olhar-te, Só tenho coração para adorar-te, Lábios para dizer-te quanto sente Quem feliz se julgara, eternamente, Ficando, eternamente, a idolatrar-te. No peito meu não cabe o sentimento, Transborda como as aguas, alteradas Pelas raivosas convulsões do vento. Amado ou não, — as trovas magoadas Do amor e coração e vida e alento Eu aos teus pés deponho, — ei-las rojadas!
Autor: Luis de Camões |
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