Erros meus, má Fortuna, Amor ardente Em minha perdição se conjuraram;Os erros e a Fortuna sobejaram, Que para mim bastava Amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que já as frequências suas me ensinaram A desejos deixar de ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De Amor não vi senão breves enganos. Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças! Autor: Luís Vaz de Camões Editado por: nicoladavid |
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