Fecho os olhos num sonho que me leva Às paragens divinas da saudade, Lá onde a noite é apenas claridade Dando origem talvez a nova treva. Fecho os olhos e avisto a Eternidade, Lá onde um sol fantástico se eleva Num perpétuo fulgor, sem que descreva Sua órbita de luz na imensidade. Fecho os olhos e vejo a minha imagem Anoitecendo os longes da paisagem, Como a única sombra que persiste... Sou eu! sou eu aquele vulto errando! Sou eu, além da morte ainda sonhando Na tua graça e neste amor tão triste!...
Autor: Anrique Paço D’Arcos (1906-1993) |
|