Estes olhos são da minha amada, Que belos, que gentis e que formosos! Não são para os mortais tão preciosos Os doces frutos da estação dourada. Por eles a alegria derramada Tornam-se Os campos de prazer gostosos, Em zéfiros suaves e mimosos Toda esta região se vê banhada. Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo Do rosto de meu bem as prendas belas, Dai alívio ao mal que estou gemendo: Mas oh! delírio meu, que me atropelas! Os olhos que eu cuidei que estava vendo Eram (quem crera tal!) duas estrelas. Autor: Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) |