Ao transpor os umbrais do teu prostíbulo, busquei a embriaguez do esquecimento; deixe lá fora a dor e o sentimento, pisando este degrau como patíbulo.
Dá-me a cruz de teus braços, oh!... perdida!... O amor te enlameou e envileceu... Não és, não és, mulher, mais vil do que eu, Naná!... Perdi a vida, dá-me a vida!...
E quando um dia alguém te perguntar como é que pudeste ainda amar, mulher, que sempre o amor vendido tens,
dize-lhe: - Era um perdido, um desgraçado; dei-lhe o meu coração no vil mercado... Pobre imundície que se atira aos cães!..
Autor: Adelino Veiga (1848-1887) |