Vinte anos depois revelaram-lhe o erro: que o Tzarevitch, que se presumira morto, sobrevivera e ia voltar! – “Ah, mas e o corpo que eu sepultei, que embalsamei no desespero?”
Geme a rainha-mãe. – “Que fazer desse enterro de vinte anos de paixão? Não, esse outro, ou qualquer outro vindo agora ao meu encontro, eu não conheço ou reconheço e não o quero!
Eu tenho um morto que me ocupa o coração...” A cena impressionante da tragédia de Schiller, a amor da dor total como consolação,
entendo-o muito bem: eu não quero o elixir, o milagre tampouco, quero a minha paixão póstuma – e dar-lhe-ei tudo o que me exigir!
Autor: A. Bruno
Tolentino (1940-2010) |