(poema de A balada do Cárcere) Ao pé da letra agora, em minha vida há a morte e uma mulher... E a letra dela, a primeira, me busca e me martela ouvido adentro a mesma despedida outra vez e outra vez, sempre espremida entre as vogais do amor... Mas como vê-la sem exumar uma vez mais a estrela que há anos-luz se esbate sem saída, sem prazo de morrer na luz que treme?! O mostro que eu matei deixou-me a marca suas pernas abertas ante a Parca aparecem-me em tudo: é a letra M a da Medusa que eu amei, a barca sem amarras, sem remos e sem leme...
Autor:
A. Bruno Tolentino (1940-2010) |