Madalena,
Madalena, no
escuro da minha cela penso
em ti como naquela que
passou pelo portão mais
estreito: o do perdão depois
do doce pecado.
Mas meu corpo encarcerado não
tem nenhuma opção: na
estreiteza desta cela a
pele ardente e morena que
me acossa e me flagela não
conhece remissão.
Na comprida noite fria como
na manhã vazia, minha
carne, Madalena, não
tem escolha ou perdão.
Autor: A. Bruno Tolentino (1940-2010) Editado por: nicoladavid | |
|