Pátria
minha, que apostasias,
que desertas a ti mesma e dás,
como lesma ao bico voraz,
teu corpo cheio de harmonias,
tua alma jovem... Quantos dias,
quantos anos desolados vais
alimentar os teus chacais
com a carne dos filhos que crias
e abandonas à desesperança!
Vou deixar-te para não te ver
atravancar o amanhecer
com balbúrdias e carnificinas,
a tragédia que desde criança
vi-te amontoar nas esquinas.
Autor: A. Bruno Tolentino (1940-2010)
Editado por: nicoladavid | |
|